O diretor Luis Buñuel nasceu na Calanda, Espanha , em 22 de Fevereiro de 1900 , foi o fundador do movimento surrealista no cinema. Considerado um dos mais ousados e originais cineastas do mundo, Buñuel tem um a extensa obra, com cerca de 42 filmes, repletos de situações oníricas e absurdas. Um crítico implacável da igreja e da ditadura franquista, foi censurado em seu país diversas vezes devido a suas polêmicas obras; saindo da Espanha devido ao início da guerra civil, passou pela França e EUA, antes de se estabelecer por definitivo na Cidade do México, até sua morte em 29 de Julho de 1983.
Biografia:
Luis Buñuel Portolés nasce em Calanda a 22 de fevereiro de 1900. Seus pais, ricos fazendeiros, lhe proporcionam uma vida muito distanciada da realidade espanhola: estudos de música, verões em São Sebastião e Calanda. Estudou em Zaragoza em São Salvador e fez seus estudos universitários em Madri, na Residência dos Estudantes. Ali teve a oportunidade de embeber-se das correntes culturais e renovadoras do momento (o Jazz, o Darwinismo, o Comunismo...) e de conhecer Dali e Lorca. Perde a fé e adota uma atitude muito contestadora. Licencia-se em Filosofia e letras ainda que seu objetivo fosse escrever poesia.
Muda-se para Paris, onde arranja diversos trabalhos relacionados ao cinema, incluindo um emprego como assistente de Jean Epstein. Interessado pela obra de André Breton e o movimento surrealista, o incorpora no cinema ao realizar sua obra-prima, "Um cão andaluz" (1928), em colaboração com Salvador Dalí. Em Paris também conhece sua mulher, a ginasta Jeanne Rucar com quem viveu toda sua vida.
Ao regressar à Espanha não dirige nenhum filme, a não ser um documentário: "Terra sem pão" (Las Hurdes Tierra sin Pan, 1932), a cuja produção se dedica.
Ao estourar a guerra civil na espanhola, emigra aos Estados Unidos onde trabalha no Museu de Arte Moderna como dublador para a Warner Bros. A oportunidade de dirigir de novo chegou no México. E ali, com 46 anos começou a realizar filmes de maneira estável pela primeira vez. Filma clássicos como "Os esquecidos" (Los olvidados, 1950), que lhe rendeu o prêmio de melhor diretor no Festival de Cannes. O prestígio destes filmes lhe deu reconhecimento mundial e no início da década de 1960 o General Franco o convidou a voltar à Espanha. Aí filmou Viridiana, um manifesto anti-católico que acabou por ser proibido na Espanha acusado de blasfêmia, apesar de ter ganhado a Palma de Ouro também no Festival de Cannes. A partir de então as viagens à Espanha e à França foram constantes. Realizou seus últimos filmes, os mais conhecidos, na França, em colaboração com o produtor Serge Silberman e o escritor Jean-Claude Carrière, entre eles "O discreto charme da burguesia" (Le charme discret de la bourgeoisie, 1972) e "O fantasma da liberdade" (Le fantôme de la liberté, 1974). No dia 29 de julho de 1983 falece na Cidade do México aos 83 anos de idade.
Filmografia:
1928 | Un Chien Andalou | Um Cão Andaluz | co-dirigdo por Salvador Dalí | |
1930 | L'Âge d'Or | A Idade do Ouro | co-dirigido Salvador Dalí (embora este não apareça creditado no genérico) | |
1933 | Las Hurdes | As Hurdes | ||
1936 | ¿Quién Me Quiere a Mí? | |||
1947 | Gran Casino | |||
1949 | El Gran Calavera | |||
1950 | Los Olvidados | Os Esquecidos | ||
1951 | Subida al Cielo | Subida ao Céu | ||
1951 | Una Mujer Sin Amor | |||
1951 | Susana | Susana, Mulher Diabólica | ||
1951 | La Hija del Engaño | |||
1952 | El Bruto | O Bruto | ||
1952 | Él | O Alucinado | ||
1953 | Robinson Crusoe | Robison Crusoé | ||
1953 | Abismos de Pasión | Escravos do Rancor | ||
1953 | La Ilusión Viaja en Tranvía | A Ilusão Viaja de Trem | ||
1954 | El Río y la Muerte | |||
1955 | Ensayo de un Crimen | Ensaio de um Crime | Ensaio de um Crime | |
1956 | La Mort En Ce Jardin | |||
1956 | Cela S'Appelle L'Aurore | Cela s'Appelle l'Aurore | ||
1958 | Nazarín | Nazarin | ||
1959 | La Fièvre Monte à El Pao | |||
1960 | Joven ou The Young One | |||
1961 | Viridiana | Viridiana | ||
1962 | El Ángel Exterminador | O Anjo Exterminador | O Anjo Exterminador | |
1964 | Le Journal d'une Femme de Chambre | O Diário de uma Camareira | Diário de uma Criada de Quarto | com Jeanne Moreau |
1965 | Simón del Desierto | Simon do Deserto | ||
1967 | Belle de jour | A Bela da Tarde | A Bela de Dia | com Catherine Deneuve |
1969 | La Voie Lactée | Via Láctea | ||
1970 | Tristana | Tristana, uma Paixão Mórbida | Tristana | com Catherine Deneuve |
1972 | Le Charme Discret de la Bourgeoisie | O Discreto Charme da Burguesia | O Charme Discreto da Burguesia | |
1974 | Le Fantôme de la Liberté | O Fantasma da Liberdade | ||
1977 | Cet Obscur Objet du Désir | Esse Obscuro Objeto do Desejo |
Referências:
Agnes Castro
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